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eternos e extremos, se morrer com uma falsa opinião a respeito de um artigo da fé cristã. Pois quem há que,
sabendo existir um tão grande perigo num erro, não seja levado pelo natural cuidado de si próprio a não
arriscar sua alma com seu próprio juízo, de preferência ao de qualquer outro homem que nada tem que ver
com sua danação?
Pois um particular, sem a autoridade do Estado, isto é, sem a permissão de seu representante, para
interpretar a lei por seu próprio espírito, constitui um outro erro em política, mas não tirado de Aristóteles,
nem de qualquer dos outros filósofos pagãos. Pois nenhum deles nega senão que no poder de fazer as leis está
também compreendido o poder de explicá-las, quando disso há necessidade. E não são as Escrituras, em todos
os textos que constituem lei, feitas lei pela autoridade do Estado, e consequentemente, uma parte da lei civil?
Um erro do mesmo tipo é também quando alguém exceto o soberano restringe em qualquer homem
aquele poder que o Estado não restringiu, como fazem aqueles que se apropriam da pregação do Evangelho
para uma certa ordem de homens, quando as leis o permitiram. Se o Estado me dá a liberdade para pregar, ou
ensinar, isto é, não mo proíbe, nenhum homem mo pode proibir. Se me encontro entre os idólatras da
América, deverei pensar que eu, que sou um cristão, muito embora não tenha ordens, cometo um pecado se
pregar Jesus Cristo até Ter recebido ordens de Roma? Ou que, tendo pregado, não devo responder a suas
dúvidas e fazer-lhes uma exposição das Escrituras, isto é, que não devo ensinar? Mas para isso, podem alguns
dizer, assim como também para administrar-lhes os sacramentos, a necessidade será levada em conta para tal
missão, o que é verdade. Mas é também verdade que para seja o que for é exigida uma dispensa para a
necessidade, pois os mesmos não precisam de dispensa quando não há nenhuma lei que o proíba. Portanto
negar estas funções àqueles a quem o soberano civil não as negou é tirar uma liberdade legítima, que é
contrária à doutrina do governo civil.
Mais exemplos da vã filosofia, trazida para a religião pelos doutores da Escolástica, podiam ainda ser
apresentados, mas outros homens podem, se quiserem, observá-los por si próprios. Acrescentarei apenas isto,
que os escritos dos escolásticos nada mais são, em sua maioria, do que torrentes insignificantes de estranhas e
bárbaras palavras, ou de palavras usadas de outro modo, portanto no uso comum da língua latina, tal como a
usariam Cícero e Varrão e todos os gramáticos da antiga Roma. 0 que se alguém quiser ver provado, vejamos
(como já disse antes) se é capaz de traduzir algum escolástico para qualquer das línguas modernas, como
francês, inglês, ou qualquer outra copiosa língua, pois aquilo que na maior parte destas línguas não pode ser
tornado inteligível não é inteligível em latim. Muito embora eu não possa apresentar esta insignificância de
linguagem como falsa filosofia, contudo ela possui o dom não só de esconder a verdade, mas também de levar
os homens a pensarem que a encontraram, desistindo de novas buscas.
Finalmente, quanto aos erros provenientes de uma história incerta e falsa, não serão fábulas de velhas
todas as lendas de milagres fictícios nas vidas dos santos, e todas as histórias de aparições e fantasmas
alegadas pelos doutores da Igreja romana para apoiar suas doutrinas do inferno e do purgatório, o poder do
exorcismo e outras doutrinas que não têm nenhum aval nem na razão, nem nas
Escrituras, como também todas aquelas tradições a que chamam a palavra oral de Deus? Donde,
muito embora encontrem alguma coisa dispersa nos escritos dos antigos padres, contudo aqueles padres eram
homens que podiam com demasiada facilidade acreditar em falsas narrativas, e o fato de apresentar suas
opiniões como testemunho da verdade daquilo em que acreditavam, não tem mais força junto daqueles que
(segundo o conselho de São João, 1 Epist, cap. 4, vers. 1) examinam os espíritos, do que, em todas as coisas
que se referem ao poder da Igreja romana (de cujo abuso eles não suspeitavam ou do qual recebiam
bene6cios), desacreditar seu testemunho no que se refere a uma crença demasiado temerária nas narrativas, à
qual os homens mais sinceros, sem grande conhecimento das causas naturais (como eram os padres), estão
geralmente mais sujeitos, pois naturalmente os melhores homens são aqueles que menos suspeitam de fins
fraudulentos. 0 Papa Gregório e São Bernardo têm algo sobre aparições de fantasmas que lhes disseram
estarem no purgatório, e também o nosso Beda tem alguma coisa, mas, creio, sempre por relato de outrem.
Mas se eles, ou quaisquer outros, relatarem tais histórias de seu próprio conhecimento, não mais confirmarão
com isso tais relatos vãos, mas desvendarão sua própria enfermidade, ou fraude. [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ]

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